Aditivo assinado pela Secretaria Municipal de Saúde prevê aumento de quase 50% no número de tratamentos. Tomógrafo também foi prometido.
Natália Oliveira
No Dia Mundial de Combate ao Câncer, o afiliado à Femerj, Hospital Mário Kroeff recebeu uma ótima notícia. Em visita do prefeito Marcelo Crivella ao hospital, foi assinado um aditivo de R$ 7 milhões de reais, que será anexado ao contrato da unidade referenciada de tratamento do câncer com a Secretaria Municipal de Saúde. O repasse anual da pasta que era de R$ 26 milhões de reais passará a ser R$ 33 milhões. Segundo o Hospital, esse aumento vai ajudar a melhorar a qualidade e a quantidade de atendimentos da instituição.
A previsão do aditivo, elaborado pela secretaria, é que haja um aumento mensal de 1.237 tratamentos de quimioterapia e de 2.033 exames, como ultrassonografias, endoscopias e colonoscopias. É importante ressaltar que a ampliação dos procedimentos não vai gerar novas vagas no hospital, sendo direcionados aos pacientes já em tratamento.
Durante o encontro, o prefeito também prometeu doar um tomógrafo para o hospital. Atualmente, os pacientes precisam ser deslocados para clínicas conveniadas, onde é feito o exame. Além de atrasar o tratamento, a falta de um tomógrafo gera um desgaste para os pacientes, que, já debilitados, precisam ser transportados para clínicas distantes. A principal parceira fica em Campo Grande, a quase uma hora do hospital, que está localizado na Penha.
O Hospital Mário Kroeff completou 80 anos no ano passado e atende 98% dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde. A unidade recebe as verbas pela tabela SUS de acordo com a produtividade, ou seja, pelo número e tipo de procedimentos realizados. O problema é que os valores das consultas e tratamentos não são atualizados desde 2013. Hoje, o hospital sobrevive da filantropia, de doações e parcerias. No ano passado, realizou mais de 12 mil atendimentos ambulatoriais, quase três mil internações, cerca de 2 mil cirurgias e 3542 consultas.
As demandas do Hospital Mário Kroeff não se esgotam com o aditivo e a doação do tomógrafo. A unidade está precisando, por exemplo, de um aparelho de branquiteriapia, que custa em média 500 mil reais e é essencial para tornar o tratamento de câncer de colo de útero e próstata mais efetivo. A branquiterapia é um tipo de radioterapia interna, em que a radiação é introduzida nos órgãos em que estão as células cancerígenas, sem atingir os demais.
Saiba como ajudar o Hospital Mário Kroeff em: http://www.mariokroeff.org.br/
Apesar de ser considerado referência no tratamento do câncer, como o hospital só recebe pacientes encaminhados da Rede de Atenção Básica à Saúde, ele fica refém das deficiências do sistema. A cura do câncer está diretamente relacionada ao diagnóstico precoce. As grandes filas e a demora do diagnóstico e do encaminhamento para o hospital fazem com que os pacientes já cheguem à unidade com o câncer em estado avançado.